domingo, 7 de julho de 2019

Dona de mim


As últimas palavras que minha boca soltou exaltando o amor
Ela disse o quão era doce e cheio de calor
Porque quando duas almas encontram-se e fascinam-se
Não tem como não residir um sentimento de valor

Mas...
E quando este sentimento não é só a dois?
Ignoramos todo resto e o amor torna-se um sentimento de depois
Então, lutamos conosco mesmos
Duvidamos dos nossos passos primeiros
E num ringue permitimos que nossa ilusão, entre contra nossa paixão
Nem luta vale a pena esperar, isso só dará em explosão (risos)

E sabem?
Eu não nascí pra competir com ninguém
Sonho tanto, pra me concentrar em outro alguém
Já me doei demais, já amei muito...
Disso chega! Não quero mais ninguém neste mundo.

Isso é porque amar dói?
Claro que não!
Só que se uma parte fica num "entra-sai", aí ele roi
E cabana num vendaval não sobrevive, por isso se destrói.

Eu não nascí para viver mentiras!
Esses joguinhos de falsidade com curta duração de alegrias
Não sou perfeita, mas também não visto espinhos de renda.

Talvez a sociedade me julgue
Porque não lute por um cônguje
Só que aí é que está o problema: lutar!
Homem pra mim não é troféu pra disputar
Já chorei demais que já não me importo com o brilho no dedo anelar

As despedidas são sempre doloridas porque atingem nossas fraquezas.
Desde pequena, caracterizam-me por rebelde por ter próprias ideias
Mal sabem que isso é minha fortaleza
Mas e então, imaginem só me despedir da fortaleza que eu sou?
Se falam de amor, é de amor que quero, por isso me dou

A solidão não é ruim
Deixei-a fazer moradia aqui
E eu assumo que sou dona de mim!



                           Texto: Dorcas Tamele