quarta-feira, 28 de novembro de 2018

ANÚNCIO: Procura-se Namorado



Esta tarde estava no meu alpendre, quando do nada encontrei-me vagando em altos pensamentos:
- O que me falta hoje? O dia está muito lindo, cheio de vida, sinto-me feliz, mas existe algo ainda por completar!!
Como uma luz, vi meu subconsciente enviar resposta do que eu necessitava,
De seguida meus lábios esboçaram um sorriso
Parecia até que acabara de ganhar um bom-bom.
Ou um daqueles presentes magníficos que toda criança anseia após bem se comportar.

Parece até desnecessário que saibam isso, mas é importante;
Daquelas informações que quando já se tem o que precisamos, deve-mo-nos lembrar o que nos conduziu até lá...

Eu quero um namorado!

Não anseio um desses que mal vêem uma mulher disponível correm atrás,
Como um miúdo corre atrás de um doce.
Se perceberem, á pouco eu disse mulher,
Então é de um homem que eu preciso!

Falando de mim, ainda sou um pouco "fresquinha".
Adoro um buquê de flores, mas por vezes um chocolate na boca.
Não é ser romântica, gosto de ser paparicada.
Não peço que sejas um herói, cumpridor de missões impossíveis, e a todo momento colado a mim.
Não! Deixa esse trabalho para o chiclete.
Também irei cuidar de ti, e te apaixonarás pelo meu filete.

Espero que sejas um homem de sonhos, anseios e grandes realizações
Não que esteja a dar-te demasiadas implicações,
É que almejo grande e nos meus sonhos não vejo só colchões.
Que a tua lealdade flua como rio de águas vivas sem fim
Irei confiar te minha vida, dar te amizade, então preciso que sejas leal a mim.

É uma troca? Claro que não!
Isto não é um jogo, onde existe perdedor e vencedor
Mas se formos recíprocos, poderemos manter forte o calor.
Seja solteiro. Não disponho meu coração pra viver em dor!
Já me entreguei, em muitos corações morei de aluguer, foi um horror.
A tua humildade e honestidade serão os itens que mais me cativarão
Mas não vou negar que me cativará mais o teu carinho e atenção.

Por isso não te peço!
Se me deres de livre espontânea vontade, acredita terás o maior pedaço de mim
No amor nada se pede, o possível esforço seria em ,vão
Então, disponha-se a uma aventura para felicidade sem fim.

Atenção aos homens, anúncio lançado:
Procura-se namorado!!





Texto: Dorcas Tamele

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Não quero mais este anel




Hoje decidi escrever te, porque não escutas; se escutas, contra mim te revoltas, e quando te revoltas, tudo que falamos fica em meias voltas.

Finalmente de planos para sonhos, decidimos tornar o que mais anseiavamos em realidade; mas mal sabia eu que de olhos fechados deveria continuar, porque a imaginação e o presente se encaixavam perfeitamente, mas o futuro me aguardou com um pesadelo, hoje doi e me queima como fogo ardente.

Como unha e carne éramos nós, como o puchinho e o cabelo se grudam, nós faziamos totós.
No altar nós juramos (juntos), na alegria, na tristeza, na saúde, na doença, na riqueza, na pobreza, fielmente como belos amantes iria-mo-nos amar independente de circunstâncias, nos respeitar e priorizar-mo-nos até que a morte nos separasse.

Pude ver em seus olhos lealdade, tuas mãos tremiam e transpiram, mas me mostravam fidelidade, então com firmeza seguraste em minha mão e apartir daquele momento me mostraste responsabilidade!

O tempo se passou, para terminar as nossas realizações trouxemos ao mundo este bem mais que precioso, nenhuma pedra ou jóia poderia estipular o preço do que temos de valioso.

Eu era uma mulher inexperiente, precisava de beber de uma madoda conhecimento para que em maiores cuidados nosso tesouro pudesse crescer. Concordamos em chamar a mamã para conosco ficar até a menina começar a andar e não teriamos tanta dificuldade, pois como o ciclo de vida é mágico, ela já estaria também a falar.

Na felicidade, fui movida pela emoção e fiz uma proposta maior, convidei a mamã para conosco viver, me abraçaste e achaste que foi genuino aquele gesto da minha parte. Te regozijavas de alegria, deste uns passos e disseste bem alto "não acredito que a minha mãe virá morar comigo".

Wow! Por essa eu não esperava, parecia até no momento mesquenhice da minha parte, mas dentro de mim eu disse "principe, é a nossa mãe que vem morar conosco", não quis parecer incoveniente, sorri e consenti.

Dois, três meses, calada tive que aceitar os sabores que a nossa mesa eram postos. 'Porque era como sempre gostaste, era o que cresceste a comer, era o que te fazia bem, era como devia ser'. Pareceu me a priori uma simpatia, e saudades do momento mãe e filho, como estava disposta a aprender, fui aceitando e continuando calada.

Mas, o tempo passava e a situação agravava....

Agora, não só a comida que vai a mesa era confeicionda por ela, mas o menu, as compras, era tudo ela quem decidia. Até que ganhei coragem e contigo conversei, mas disseste para eu relevar, porque ela está habituada a trabalhar, e como sozinha vivia, era normal que quisesse pôr tudo em ordem sem  ajuda. "Tudo bem, mas na minha casa? É com ela com quem te casaste?" Essas e mais perguntas sairam da minha boca, foi então que acordei uma ferra que em todos os anos de convivência não conheci. Chamaste me de fresquinha, mimada, e ainda acrescentaste que numa casa o galo é que manda, a última palavra era tua, assim sendo, tua mãe faria tudo quanto dissesses e quisesses. 

Não poderia me conformar com aquilo, ver meu castelo se derrubar sem nem se quer ter contribuido para tal!
Dia seguinte, logo de manhã fui confrontada com as seguintes palavras: "achas que me vais separar do meu filho? Pensas que ele não me diria nada? Não existe amor maior que de mãe e filho, se eu estivesse no teu lugar, fecharia a minha boca e aceitava tudo. Ntla, nem sei porquê é que ele não escolheu a Suzana, davamo-nos muito bem e seria melhor companheira para ele".

Não pude fazer mais nada, se não entrar no meu quarto e chorar. A Deus várias vezes clamava, mas a fé era tão fraca, que não tinha mais esperança pra nada e a situação só piorava.

Passam-se 4anos, 'não posso cozinhar depois do serviço porque me sinto cansada, aos fins de semana também não posso, porque tenho que descansar e ficar mais relaxada'. A minha mãe reclama que já não dou gargalhadas longas como antes, minhas amigas dizem que sentem saudades da pessoa extrovertida que sempre fui, meus colegas pedem-me que eu me abra com alguém porque a cada dia se nota que eu não estou bem. Mas, eles não percebem que cada um desses sintomas foi a melhor maneira que arranjei para expressar-me e clamar por ajuda?

Quanto mais os dias se passavam, eram em máscaras que nossas posturas se banhavam. Para o meu esposo, eu era a nora adorada, para meus pais a idolatrada, mas quando nós duas estivessemos, era a mais humilhada.

Sinceramente, nunca percebi como isso acontecia, ela distorcia as coisas, enredava cada mentira que te contava, o pior é que acreditavas!
Me chamavas malvada, como faca afiada penetravas em meu peito com palavras mais que ofensivas!

Não mais ouvi-te chamar-me de 'princesa, docinho, caramelo, meu xodo....'; valia me se ao menos pelo nome me tentasses chamar, mas é por 'mãe de Priscila' que me tens estado a tratar.

Pois então agora, desisto disto tudo!
Não desisto de ti, mas é por mim que eu faço.

Dera eu se fisicamente me espancasses, mas é nos meus ouvidos que gritas e tanto me atacas.

Como veneno entra, e no meu cérebro tudo penetra. Intensamente me invade, e tudo se destrói.
Tento me reinventar, me refazer, mas o melhor de mim contigo tu levaste.

Quando estiverdes a ler esta carta, com certeza eu não mais estarei aqui; então, toma de volta este anel, porque vejo que aliança não é comigo que fizeste.

A mão quem me pediu foste tu, mas é a tua que eu devolvo. Antes que eu morra, eu caio fora e do fundo do meu coração eu te desejo felicidades com essa mulher que eu trouxe para nossas vidas, e é contigo que ela agora vai morar.

Não me casei para competir, mas está claro que já perdi. Portanto, vou me embora!


Com amor,


De: 
   mãe de Priscila
Para:
     o meu Príncipe





Texto: Dorcas Tamele